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I Encontro Geral NSB: O Sindiedutec por um Sindicalismo Democrático

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A realização do I Encontro Geral de Núcleos Sindicais de Base do Sindiedutec, ocorrida na última semana, reafirmou o papel do sindicato como espaço de construção coletiva, prática democrática e aprendizado contínuo, possíveis apenas em ambientes plurais e respeitosos. O sindicalismo é, antes de tudo, um instrumento de defesa de direitos, mas também um espaço indispensável de formação política e de exercício efetivo da cidadania.

No Encontro Nacional do Proifes, os delegados e observadores do Sindiedutec tiveram a oportunidade de ouvir o economista e presidente do IBGE, Márcio Pochmann, fazer uma análise de conjuntura nacional. E é a este autor que recorro quando penso num movimento sindical conectado aos dias de hoje. Pochmann, no livro “O sindicato tem futuro?”, disponível no sítio da Fundação Rosa Luxemburgo, sintetiza que o futuro do sindicalismo depende de sua relevância social, de ser capaz de dialogar com diferentes experiências e necessidades da categoria, sem perder seu caráter coletivo e democrático.

O autor ressalta que o sindicato deve ir além da defesa reativa de direitos imediatos e assumir um papel político e social na construção da identidade coletiva dos trabalhadores, oferecendo sentido, pertencimento e esperança. Para isso, é necessário ampliar os espaços de participação, desenvolver formas inovadoras de organização e ação política e tornar-se também um instrumento de soberania popular, defendendo a autonomia dos trabalhadores frente às pressões do capital financeiro e aos ataques à soberania nacional.

O Sindiedutec é um sindicato jovem, que agora entra em sua “adolescência” institucional. E, como todo organismo que amadurece, está definindo com clareza sua identidade: uma entidade comprometida com os direitos humanos, a inclusão, a valorização da diversidade e a promoção de uma educação pública de qualidade. Isso se expressa não apenas na defesa dos docentes e técnicos do Instituto Federal do Paraná (IFPR), mas também na representação dos docentes do Colégio Militar de Curitiba, devendo garantir que suas demandas e especificidades sejam igualmente defendidas no âmbito da nossa luta coletiva.

Há desafios que devemos enfrentar. Ser o único sindicato estadual EBTT e TAE, com atuação distribuída por diferentes regiões e contextos socioculturais do Paraná traz desafios imensos. Cada localidade vive realidades distintas, em termos econômicos, políticos e sociais, que se refletem no cotidiano de trabalho e nas necessidades das categorias. Essa diversidade exige uma capacidade de escuta ampla e permanente, e a multiplicação dos Núcleos Sindicais de Base é a principal estratégia para garantir que todas as vozes tenham representação e influência nas decisões.

Os Institutos Federais cumprem um papel central no projeto de um Brasil soberano: democratizar o acesso ao ensino técnico, tecnológico e superior; promover a inclusão social; e contribuir para o desenvolvimento regional. São instituições que trabalham não apenas na formação de alunos, mas como polos de transformação social e econômica em seus territórios. Porém, enfrentam hoje pressões de políticas neoliberais que tentam reduzir sua autonomia, fragilizar o financiamento público e desvalorizar os profissionais da educação.

Defender a educação como espaços públicos, autônomos e comprometidos com a formação cidadã é também defender um projeto de país soberano. E, nesse sentido, a luta sindical vai além da pauta corporativa: trata-se de preservar e ampliar o alcance social da educação pública, manter viva sua capacidade de formar cidadãos críticos e conscientes, e garantir a dignidade e as condições de trabalho de quem a constrói diariamente.

O Encontro NSB

O I Encontro Geral dos Núcleos Sindicais de Base foi um espaço de interação, aprendizado e articulação. É verdade que houve limitações, sobretudo de tempo, o que encurtou conversas importantes, como no encerramento e na fala das parlamentares, quando não houve abertura para diálogo. Ainda assim, o encontro foi exitoso em promover a aproximação entre representantes de diferentes campi, possibilitando trocas ricas de experiências e realidades.

A formação política esteve no centro das atividades, com destaque para a “Linha Preta” conduzida pelo Mestre Kandiero, que provocou reflexões sobre a história de Curitiba e do Brasil. Nos debates sobre Carreiras Docentes, com Marcelo Rosa (FASUBRA) e professor Romeu Bezerra (PROIFES), todos puderam se manifestar, ainda que com diferentes visões, com respeito.

O momento da Assessoria Jurídica, por sua vez, foi um dos mais valiosos, cumprindo papel de esclarecimento e empoderamento da base. Vale citar a avaliação de uma participante no formulário disponibilizado: “… a apresentação da Assessoria Jurídica foi bastante importante para publicizar muitas questões das quais, muitas vezes, não temos muito conhecimento. Ao contrário do que um colega disse durante a atividade, não achei excessivo o juridiquês e penso, inclusive, que os membros da assessoria jurídica se fizeram bem claros nas explicações.” Esse retorno mostra que, mesmo com o conteúdo técnico, é possível dialogar com profundidade sem perder a clareza, reforçando o papel formativo do sindicato.

A atuação jurídica de um sindicato de servidores públicos é fundamental para garantir a defesa técnica e estratégica dos direitos da categoria, especialmente diante das complexidades do direito administrativo e trabalhista. Essa assessoria jurídica não só orienta e esclarece os filiados, como também fortalece a luta coletiva ao assegurar respaldo legal nas negociações, em processos judiciais e na proteção contra eventuais abusos e retrocessos. O Encontro NSB serviu para estreitar a relação da base com a atuação jurídica, que se faz de forma responsável e firme.

Olhar para frente

Os avanços demonstrados nesse encontro precisam se traduzir em um movimento contínuo de interiorização do sindicato, garantindo que a representação e a participação sejam cada vez mais efetivas nas regiões mais distantes da capital, fortalecendo cada campus como núcleo de mobilização sindical.

Ao mesmo tempo, é fundamental que o Sindiedutec esteja cada vez mais atuante nas discussões sobre o financiamento da educação pública, enfrentando as tentativas de asfixia orçamentária que afetam diretamente as condições de trabalho e a qualidade do ensino. Nossa atuação também precisa permanecer firme e politicamente ativa em lutas estruturantes, como a resistência à Reforma Administrativa, que busca desestruturar o serviço público e precarizar ainda mais as carreiras.

Por isso, concluímos afirmando: o futuro do Sindiedutec, e do sindicalismo democrático que defendemos, está na combinação entre presença territorial ampla, participação ativa da base, formação política constante e mobilização corajosa frente aos desafios nacionais. É assim que construiremos um sindicato que não apenas reage, mas que propõe, transforma e se mantém como um verdadeiro instrumento de soberania popular e defesa da educação pública.

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